terça-feira, 27 de julho de 2010

Breaking bad


Imagine vocês um homem de meia idade, casado tendo um filho com paralisia cerebral. Sua mulher está grávida (gravidez essa não planejada), num emprego medíocre com um salário igualmente medíocre, mesmo sabendo que sua capacidade e potencial são muito maiores do que aquilo que faz. Agora imaginem que esse homem descobre que tem câncer de pulmão e só tem 2 anos de vida. Assim começa a história de Walter White, um químico, professor de escola publica que se transforma no maior produtor e traficante, da melhor anfetamina, dos Estados Unidos. Visando deixar todo o dinheiro ganho para sua família antes de morrer, ele se junta com Jesse Pinkman, um ex aluno drogado e sem perspectivas (assim como White) para produzir e vender a droga. A partir desse cenário temos histórias intrincadas e cheias de tensão, o roteiro vai aos poucos apresentando o mundo das drogas e todas as implicações dele. Em paralelo a isso observamos um homem que, para os conhecidos, está acima de qualquer suspeita (o cunhado de White é policial que trabalha no departamento antidrogas), cada vez mais distante da família por achar que os mesmos merecem mais do que ele pode dar, se mostra o tempo todo como um estranho na própria casa, tratando-os até com certo desprezo.

O que mais me chama atenção é a discussão sobre escolhas (tanto econômicas, quanto sentimentais entre outras) e como pessoas tidas como “boas” se transformam em tudo o que nossa sociedade mais despreza (mas precisa). É interessante ver também como são discutidas questões morais (há um momento em que White faz uma lista onde pesa a decisão sobre matar ou não um traficante rival), importância da família e reflexões sobre a própria vida. Os personagens dessa série estão a cada episódio mudando de acordo com o ambiente, tanto White como Jesse tornam-se cada vez mais “brutos” tendo em vista que não podem encarar as suas novas “profissões” de outra forma.

Ao assistir sempre penso em como o “american way of life” está abalado, o sonho americano está cada vez mais sonho, e só agora se dão conta disso. Jesse e Walt encarnam uma classe média desiludida e sem perspectivas de melhoras, sobrando assim, o “cada um que se salve”. Anti-heróis que se mostram nem tão “anti” nem tão “heróis”, mas acima de tudo humanos.

A AXN está exibindo a 2° temporada. Terça-feira às 21h

Tiago Silva

Um comentário:

  1. Eu vi uns trechos da série e parece ser sensacional.O protagonista é o mesmo ator que fazia o pai de Malcon no seriado MALCON. Muito bom ator.

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